terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Metodo de Filosofar De Descartes

Descartes quer estabelecer um método universal, inspirado no rigor matemático e em suas "longas cadeias de razão".
  • 1. -A primeira regra é a evidencia: "não admitir uma coisa como verdadeira se não a reconheço evidentemente como tal". Em outras palavras, evitar toda a "precipitação" e toda a "prevenção" (preconceitos) e só ter por verdadeiro o que for claro e distinto, isto é, o que "eu não tenho a menor oportunidade de duvidar". Por conseguinte, a evidencia é que salta aos olhos, é aquilo de que não posso duvidar, apesar de todos os meus esforços, é o que resiste a todos os assaltos da duvida, apesar de todos os resíduos, o produto do espírito critico. Não, como diz bem Jankélévitch, "uma evidencia juvenil, mas quadragenaria".
  • 2. - A segunda, é a regra da analise: "dividir cada uma das dificuldades em tantas parcelas quantas forem possíveis para entende -la".
  • 3. - A terceira, é a regra da síntese: "concluir por ordem meus pensamentos, começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de conhecer para, aos poucos, ascender, por meio de degraus, aos mais complexos".
  • 4. - A ultima á a dos "desmembramentos tão complexos... a ponto de estar certo de nada ter omitido".
Se esse método tornou-se muito célebre, foi porque os séculos posteriores viram nele uma manifestação do livre exame e do racionalismo. a) Ele não afirma a independência da razão e rejeição de qualquer autoridade? "Aristóteles disse" não é mias um argumento sem replica! Só contra a clareza e a distinção das ideias. Os filósofos do século XVIII estenderão esse método a dois domínios de que Descartes, é importante ressaltar, o excluiu expressamente: o politico e o religioso (Descartes é conservador em politica e coloca as "verdades da fé" ao abrigo de seu método).
b) O método é racionalista porque a evidencia de que Descartes parte não é, de modo algum, a a evidencia sensível e empírica. Os sentidos nos enganam, suas indicações são confusas e obscuras, só as ideias da razão são claras e distintas. O ato da razão que percebe diretamente os primeiros princípios é a intuição. A dedução limita-se a veicular, ao longo das belas cadeias da razão, a evidencia intuitiva das "naturezas simples". A dedução nada mais é que uma intuição continuada.
  • Postado por Marcio Sposito e Marina Pemberton