segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Profª Cynthia Aluno: Heslley Nº 02
Depoimento emocionado da ex-mulher de Casagrande. Uma aula para parentes de dependentes químicos. “Esta é a maneira que encontrei para contribuir com todos que têm acesso a ÉPOCA e dependentes químicos na família”. Casei-me com Walter Casagrande Junior depois de 1 ano e 10 meses de namoro. Nossa relação matrimonial durou 21 anos. Tivemos três filhos maravilhosos: Victor Hugo, 22 anos; Ugo Leonardo, 18 anos; e Symon, 15 anos. Todos os frutos de uma relação natural, como qualquer família que se constitui por amor. Soube do acidente (Casagrande capotou seu carro em São Paulo em 22 de setembro de 2007, um sábado) apenas na manhã de domingo, quando a irmã dele me ligou, muito assustada, pedindo para que eu fosse ao Hospital Albert Einstein falar com os médicos e assumisse as medidas necessárias, dada a emergência da situação. Decidi ajudar. Após encontrar o médico dele no hospital, agendamos uma reunião no andar da UTI para, no mesmo dia, falarmos com meus filhos. Discutimos algumas alternativas de ação, mas o mais importante é que nos comprometemos a ajudá-lo no que fosse necessário para alcançar êxito nessa nova oportunidade de tratamento. Todos nós estávamos muito abalados. Eu e meu filho mais velho assumimos a responsabilidade pela internação do Walter. Os pais dele também estavam conosco. A Clínica Greenwood foi indicada por uma pessoa muito querida e que já passou por essa experiência na família dela. Encaramos o acidente como uma oportunidade. Antes dele, era difícil para meus filhos e para mim vê-lo naquele estado, pois estávamos vendo-o morrer aos poucos. Mas a resistência dele a se tratar era mais forte do que nossa iniciativa de interferir na vida dele para ajudá-lo.! De lá para cá, só podíamos esperar que ele respondesse positivamente ao tratamento. Após o cuidado inicial – desintoxicar –, o mais difícil teve início: conscientizar o doente de que está doente. Agora o pior já passou, mas é um dia por vez. Quero dizer aos familiares – e aos não-familiares, como eu – que tenham iniciativa. Ter coragem de internar um marido ou uma mulher (ou “ex”), filho, filha, irmão, irmã, etc. é muito difícil. Mas não é mais difícil do que vê-lo morrer aos poucos. O dependente tem auto-estima baixíssima e arrogância altíssima. Antes que o inevitável aconteça, colocando em risco a vida de outras pessoas, interfiram. Busquem ajuda. Internem. Façam tudo o que puderem para ajudar. Essa doença não tem cura, só controle. Mas vale a pena ajudar. Os dependentes são pessoas inteligentes, competentes. A maioria tem emprego, é financeiramente independente, e a vida familiar parece comum como a de qualquer pessoa não dependente. Mas eles não se amam e não sabem se amar. Não tiveram carinho em alguma fase importante da vida e carregam dentro de si uma dor intensa. Quem sabe eles poderão enxergar a ferida mortal que está dentro deles (as) e o veneno letal que estão fumando, cheirando, tomando ou injetando. O ex-usuário também é um dependente químico, mas controla a doença. Assim como quem pára de fumar por anos pode, de repente, voltar a fumar, isso é comum acontecer com qualquer pessoa que já usou drogas. Cada dia sem drogas é uma vitória. Aos adictos e ex-usuários: só por hoje vivam bem cada segundo da sua vida. Aos familiares, desejo que consigam perdoar. Ajudem sem pensar no reconhecimento, pois o obrigado nem sempre vem para quem o merece verdadeiramente. A todos os mencionados no depoimento do Walter (Casagrande agradeceu, na reportagem de ÉPOCA, a diversas pessoas pelo apoio ao tratamento), meus parabéns e obrigado por contribuírem para uma sociedade melhor. Aos parentes de dependentes, desejo muita luz, paz e coragem. Vocês são maravilhosos e podem falar aos outros sobre este assunto devastador.
Conclusão:
Esse depoimento realmente é pra servir como um grande exemplo do que é ser solidária com pessoas usuárias em drogas, pena que muitas pessoas não ajudam não e só falar que vai ajudar e pronto não, isso tem que partir de você, se tivesse pessoas como à ex-mulher do Casagrande querendo ajudar, o Brasil estaria melhor do que está.

Um comentário:

Cynthia disse...

Partindo da proposta do trabalho, você junto com esportes que é um tema do seu interesse!
Parabéns!